Sintam um pouquinho da mais nova troada d'AS CUMADES DO RAP. A letra é uma homenagem as mulheres negras brasileiras vindas nos navios negreiros, as quais acabaram por empenharem-se em preservar a cultura negra com seus rituais.
Esses rituais inicialmente eram vistos pelos brancos escravizadores como simples festas, mas depois de um tempo os “senhores” perceberam que se tratava da propagação da cultura negra.
Rapidamente começaram a proibir os festejos nas senzalas e ou terreiro das fazendas. As mulheres durante a lida dura do dia-a-dia cantavam seus “mantras” se referindo à cultura do seu povo para assim passar para outros (mais) jovens. Mesmo contra todas as adversidades (inclusive as leis depois da república), a cultura do povo negro foi passada para novas gerações, ainda que miscigenada como hoje é.
SARAVÁ ÀS NEGAS é um rap-ritual que faz menção as mulheres que sofrem a forte influência da cultura eurocêntrica e que infelizmente se adulteram esteticamente e culturalmente por falta de informação do que é beleza e de sua cultura milenar.
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SARAVÁ ÀS NEGAS
Compositor: Moésio Castro
Int. Coimbra de Neide Pomba Gira. (mãe de santo cearense)
Ôoooooooô Aruanda!/ Ouço teus lamentos africanos em Nagô/ Ouvi rufar tambor/ Tambor é pra Nagô/ Eu vou pedir ao meu santo protetor para me proteger/ Ouvi rufar tambor/ Tambor é pra Nagô.
Êpa hei minha mãe!
Guerreiras negras quilombolas roubadas trazidas da mãe Africá /mas não chora sua história em sua terra Brasil é resistênciá / guerreiras negras quilombolas que trazem história para nos contar/ um passado tão presente quem sente na pele vai se arrepiar/abre a jinga êpa hei minha mãe Iansã vai abençoar/ alumia os camim pras guerreira que luta num se incandiar/ guerreiras negras quilombolas macumba, candomblé, maracatu, Iaiá/ são cultura do meu povo que o rico branquelo tenta apagar/Forte guerreira do quilombo Dandara exemplo de mulher lutar/ nosso povo continua a ser enganado pra se branquear.
Moda/ cabelo /das preta /virou de chapinha/ o black /parece/ coisa bem ruizinha/ a mídia/ trabalha/ a panguerada/ as negras/ pintando/ cabelo/ de louro/ afila o nariz/ porque /acha feio/ os brancos/ burgueses/ vendendo a beleza/ que não é beleza/ porque adultera/ o traço oriundo/ da nossa beleza /da nossa raiz /do nosso legado/ não seja atrasado/ não seja atrasada/ supere o racismo/ gostando de si/ do jeito que é/ negando o mercado/ vestindo sua cor/ sua auto estima/ a negra inda vive/ numa senzala/ nos morros/ nas ruas/ buracos/ favelas/ senzalas modernas/ o que nos sobrou/ os brancos /ficaram/ com tudo/ de bom/ mas vamo buscar/ na força/ na dor /um mundo/ de todos/ de pele diversa/ de sangue vermelho/ um mundo comum.
Guerreiras negras quilombolas roubadas trazidas da mãe África /mas não chora sua história em sua terra Brasil é resistênciá / guerreiras negras quilombolas que trazem história para nos contar/ um passado tão presente quem sente na pele vai se arrepiar/abre a jinga êpa hei minha mãe Iansã vai abençoar/ alumia os camim pras guerreira que luta num se incandiar/ guerreiras negras quilombolas macumba, candomblé, maracatu, Iaiá/ são cultura do meu povo que o rico branquelo tenta apagar/Forte guerreira do quilombo Dandara exemplo de mulher lutar/ nosso povo continua a ser enganado pra se branquear/ Mas um povo massacrado num tem como um dia não se rebelar/ guerreiras negras quilombolas em sua terra Brasil é resistenciá.
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